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dezembro 03, 2011

Meu Ateliê - Dicas

Bom dia gente! Tudo bem? 

Estão participando do nosso sorteio?

Participem, porque nem imaginam o cheirinho de lavanda como é uma delícia! AQUI

Lembrando que nas nossas próximas histórias, a minha irmã Bia vai contar um pouco da história dela e falar o quanto é bom o uso dos travesseirinhos de lavanda. Até os nossos bichinhos adoram!
Quanto ao post de hoje, a leitora Marina me pediu dicas para dar aulas de artes para crianças e o dia a dia do ateliê, como outras pessoas também podem querer, resolvi compartilhar com todos nossos leitores queridos, dando continuidade ao post do sábado anterior (AQUI) que eu falei do meu ateliê.

Beijos.


Dicas

♦ Não sou professora formada, fiz publicidade e propaganda, apenas tenho um amor grandioso pelas artes, sempre pintei e desenhei, mas para trabalhar com crianças o item mais importante é amá-las. Carinho e dedicação é a palavra chave, do contrário elas sentem que é muito mecânica a aula e não vão querer continuar, criança requer atenção e paciência constante.

♦ O lugar para as aulas deve ser claro, arejado e limpo. Muitas crianças têm alergia a pó. Não precisa ser grande, mas que caibam mesas e cadeiras na quantidade de alunos que pretedem ter. No meu caso resolvi comprar mesas grandes para ser mais fácil trabalhar em projetos que envolvam toda a turminha. Eles amam! (veja foto da arte coletiva - AQUI).


Planejamento das aulas 


• Aulas de pintura em tela – Algumas eram cópias de desenhos para ir orientando sobre as técnicas, e outras eram pinturas livres, se não eles se cansam muito. Deixava-os fazendo, passava de aluno em aluno e ia orientando. Se não quisessem mais, eles paravam e mexiam com outras coisas mais light e nas aulas seguintes terminavam. Nunca ficava um trabalho inacabado, mas o ritmo era de cada um.


• Aulas de origami – começava com os mais simples e ia aprimorando com o tempo.



 • Argila – Geralmente era livre, mas sempre incluía técnica para entenderem a maneira correta de lidar com ela.


Argila - Esculturas dos Alunos


• Desenho em PB ou colorido. (noções de sombreado, uso dos lápis, formas, esquema do corpo humano, etc.)
• Materiais utilizados: lápis, carvão, lápis colorido, giz colorido, nanquim, tintas solúveis em água, tinta óleo para telas, pastel, guache, aquarela, tinta acrílica e óleo para tela.

• Técnicas ensinadas no ateliê: Pintura em tela (acrílica e óleo), pintura guache, pintura com giz pastel, pintura com o dedo, aquarela, pontilhismo, colagem, nanquim, impressões, técnicas de desenho, escultura em argila, etc.
O que mais gostava de fazer era deixar a criatividade aflorar, estimulava o tempo todo, com certeza a minha influência publicitária de criação. rs...É muito legal, eles amavam!

 • Bolava algo inusitado pra fazer com eles, por exemplo, juntava um monte de reciclados e eles tinham que fazer alguma coisa, às vezes com um tema que abordamos em sala e outras vezes, livre. Eles faziam cada coisa legal e criativa que só vendo! Mamãe e papais vocês podem ter um Picasso, Monet em casa e nem se deram conta disso! Prestem atenção nas artes de seus filhos, muitos apresentam desde pequenos esse dom.

• O planejamento era intuitivo, conforme o desenrolar de cada turma, se eles estavam empolgados com certa técnica, intercalava com outras mais difíceis, tudo para não deixá-los entediados. Quando são pequenos, é normal eles ficarem assim, maiores você ainda consegue desenvolver mais profundamente as técnicas.

• Número de alunos por turma: no máximo 10 alunos

• A idade ia de 5 a 14 anos. (Minhas aulas eram apenas para crianças)

• As aulas aconteciam uma vez por semana. Tinha turmas de manhã e de tarde.

• O material era todinho oferecido pelo ateliê, tais como: lápis 2b, 3b, 4b, lápis de cor, canetinhas, giz de cera, carvão, argila, tela, todo tipo de papel, tesoura, borracha, tintas óleo e acrílica para tela, guache, aquarela, régua, varetas, palitos de sorvete, isopor, os pais não tinham preocupação com isso, ainda mais em São Paulo que é um corre-corre danado!

Ah, depois de cada aula, pedia ajuda para a organização de tudo, dessa maneira a gente instrui a criança a usar e sempre guardar, inclusive lavar os materiais se houvesse necessidade. Lembrando que uma pia ou um tanque é importantíssimo ter por perto.



Arte Coletiva - Lindinhos!!


• O valor da mensalidade regulava com valores cobrados de outras atividades como balé, futebol, inglês. Fazia um meio termo.

• A minha maior propaganda era o boca a boca, os alunos comentam na escola e já viu, todo mundo quer conhecer! Deixava os amiguinhos fazerem uma aula experimental,  assim queriam continuar.

• Cobrava uma matrícula, para o material utilizado em aula, quando virasse o ano era cobrado novamente.

 • Deixe a mão uma estante de livros de arte, artesanato, pintura, grandes pintores, gibis, livros de ilustração, livros infantis ilustrados, recortes de desenhos de jornais e revistas encadernadas, cartões natalinos, figurinhas, etc. Servem de inspiração, principalmente os gibis e as figurinhas que eles amam.

 Exemplo: Cartoon Character Collection.





 • Ficava antenada a tudo que acontecia na TV, assim acompanhava o que rolava nos bastidores..rs. Por exemplo, não sei se existe ainda o programa Art Attack do Disney Channel, ele é pura inspiração, e a garotada amava, e muitas vezes ensinava a eles o que passava na TV, sempre pediam mais..

Neil Buchanan- apresentador do programa na época que assistia


Neil Buchanan nasceu em 11 de outubro de 1961 em Aintree, Liverpool, Inglaterra. Desde muito jovem mostrou-se interessado pela arte e pela música. Formou sua própria banda chamada Marseille que, em meados da década de 80 acabou. Nesta mesma época, estreou na televisão com o programa Número 73, exibido aos sábados pela manhã. Entre 1988 e 1992 começou a trabalhar no programa infantil Motormouth, e ao mesmo tempo, em 1989 estreou Art Attack, um programa que nasceu graças a uma idéia sua. Neil é o produtor executivo da série junto com a Disney França, Itália, Alemanha, América Latina, Brasil e Espanha. Por sua vez, Neil é o co-fundador da Media Merchants TV Co Ltd e o responsável pelo desenvolvimento criativo, direção, conceito, formato e direção visual do programa. Buchanan tem feito televisão para crianças e jovens durante os últimos 20 anos. Além disso, foi fotógrafo, caricaturista e desenhista de animação. Sobre suas conquistas pessoais, é pai de um casal de filhos.

fonte: http://leleopd.wordpress.com/category/art-attack/


 • De tempos em tempos organizava exposições das artes deles no ateliê mesmo. Claro com a presença dos papais e mamães, não preciso dizer que era um orgulho e sucesso garantido.


Eu e alguns alunos - Exposição Quadros e Artes


 E gente, cada um trazia um prato de doce ou salgado e a festa estava feita! Com direito a certificados de presença. A Meg, nossa Golden ficava solta no meio da criançada e aproveitava para fazer aquela cara de piedade atrás das gostosuras...rs. Nem adiantava falar para não dar... E como se não bastasse tínhamos também a nossa Fofinha, uma mini coelha preta e branca, era um encanto para todos.



Exposição dos Alunos - Acrílica sobre Tela


Meg

            • Segue lista de alguns livros interessantes para você tomar conhecimento a respeito do assunto e outras biografias importantes de grandes pintores. 

300 Propostas de Artes Visuais













Muitas vezes eu lia pequenos trechos para eles conhecerem a vida desses artistas, que também é importante, hoje pouco difundido dentro das escolas.



Links Úteis

http://sepia.no.sapo.pt/jl5-links.html

http://origami.paginas.sapo.pt/tsuru.htm - como fazer o tsuru

http://www.alisonrelyea.com/index.php

http://www.fairyartists.com/marcel-lorange.shtml

http://www.brettcurtin.com/childrens.html

http://www.daviddelamare.com/index.html
http://www.sandraboynton.com/sboynton/Introduction.html

http://sepia.no.sapo.pt/

http://www.revistamuseu.com.br/default.asp

http://www.childrenslibrary.org/icdl/SimpleSearchCategory


Texto maravilhoso que entregava para os pais:

Artes moldam formação da criança

Por mais que os pais saibam que não há como preparar o filho para o futuro profissional, eles não desistem. Querem porque querem que o filho se dê bem no futuro e pretendem garantir um preparo que proporcione a ele o que consideram as condições mínimas para uma vida confortável no futuro.
Para isso, não poupam esforços: escolhem as melhores escolas, matriculam a criança ou o jovem em cursos de línguas, informática e esportes, fazem marcação homem-a-homem sobre a vida escolar. E o que tem acontecido com a garotada?

As escolas de línguas não sabem o que fazer para dar conta da tarefa a que se propõem porque a garotada -adolescentes inclusive não se concentra, não se dedica, faz bagunça em sala etc. Tudo aquilo de que os professores costumam reclamar que acontece nas escolas -a chamada indisciplina- acontece também nesses cursos. Às vezes, até pior.

As aulas de informática são absolutamente desnecessárias. A molecada sabe muito bem se virar com o computador. Nascidos já na era desse instrumento, eles sentam na frente dele e se perguntam para que ele serve e não como ele funciona. E logo descobrem.

E as escolas de esportes? Bem, o tal espírito de equipe que se diz aprender ao praticar um esporte acaba se transformando em uma única questão: espírito competitivo. E este, convenhamos, não é preciso curso para aprender, já que o mundo atual gira em torno dele.

Quer dizer que nada disso funciona ou é benéfico? Também não é assim. Mas talvez o campo das escolhas dos pais esteja excluindo outras possibilidades. Vamos refletir um pouco sobre esse preparo dos filhos para o futuro.

Como estará o mundo quando os filhos forem adultos? Não dá para imaginar. Basta uma retrospectiva nos últimos 20 anos para constatar como as mudanças reviraram o mundo do trabalho, das relações, da família. Profissões que tinham prestígio o perderam, novas profissões e cursos surgiram, o emprego mudou e o currículo desejado, também. Outro dia, ouvindo um especialista em mercado de trabalho, notei que ele destacou que a tendência é a de que os empregos sejam sazonais no futuro, ou seja, as pessoas serão contratadas para projetos que têm começo, meio e fim.

Precisamos pensar nisso e considerar também a formação pessoal do futuro adulto que terá de saber administrar seu tempo, saber esperar, ter disciplina e organização e muitas outras características para sobreviver. Mais: é preciso levar em consideração principalmente que a sobrevivência dos filhos no futuro não é apenas material mas também emocional e simbólica.

Pois um campo que muito colabora para essa formação, tanto no presente quanto no futuro, é o campo das artes. São poucas as crianças que são matriculadas pelos pais para aprender um instrumento, para aprender a desenhar, a pintar etc. E, quando são levadas a isso, logo desistem e são apoiadas pelos pais nessa atitude.

Pelas artes, a criança e o jovem podem aprender de modo criativo o sentido da concentração, da disciplina, do esforço e da organização. Eles aguçam a sensibilidade e aprendem a valorizar o belo. E eles podem, inclusive, entender de modo mais concreto o quanto de tenacidade e perseverança é preciso para viver.

Uma professora de música contou que crianças consideradas hiperativas aprendem a se conter pelo menos um pouco e a controlar sua concentração. E que crianças tímidas aprendem a se expressar, enquanto as muito extrovertidas começam a dar mais valor ao silêncio e a suportá-lo melhor.
Talvez os pais devam considerar também essa possibilidade quando pensam na formação dos filhos. As artes têm ligação direta com as humanidades, afinal. E hoje, talvez, seja essa a maior necessidade para os mais novos.

ROSELY SAYÃO é psicóloga e autora de "Como Educar Meu Filho?" (ed. Publifolha)
roselysayao@folhasp.com.br




Cara Marina, demorei em te dar esse retorno, mas também queria te dar uma dica mais completa para você abrir seu ateliê. Torço muito por você, e te desejo muito sucesso! 

Assim como desejo a todos leitores que não perguntaram, mas que possam se interessar pelo assunto.
Ótimo final de semana para todos!

Mais dúvidas ou dicas, contem comigo. Fico muito feliz de poder contribuir para ajudar,  já que trabalhei 5 anos com crianças e gosto de falar dessa minha rica experiência de vida!

AQUI vocês podem ver um pouco das minhas artes, é um link antigo está desatualizado, mas para saberem mais a respeito do que faço. O site foi feito por mim, pois sou webdesigner, mas isso é uma outra história...

Beijos!

Raquel Öberg